Parceria que tem o apoio do BRDE envolve 68 produtores rurais e com ganhos de 20% em termos de incremento produtivo
Antes mesmo de completar as últimas etapas programadas para ocorrer até o final deste ano, a projeto que busca aliar ganhos de competitividade da pecuária de corte com e a conservação dos campos nativos do Bioma Pampa já contempla 68 produtores rurais em 15 municípios gaúchos. A partir das consultorias individuais e gerenciais de suas propriedades, 90% dos criadores de gado e ovinos já incorporaram ao menos uma prática sustentável no manejo dos seus rebanhos e no uso das pastagens nativas. No universo atendido até o momento pelo programa, o ganho médio em termos de incremento produtivo chega a 20%.
Os resultados da parceria entre o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Sebrae/RS, que se aliaram à Associação para Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) na iniciativa da Alianza del Pastizal, foram apresentados na manhã desta quinta-feira (dia 1º), durante encontro na Expointer. O projeto foi lançado no final de 2020 e compreende cooperação técnica e financeira para envolver, ao longo dos próximos dois anos, propriedades rurais na incorporação de práticas sustentáveis nos chamados campos sulinos. Mas o projeto tem potencial indireto com impactos em favor da biodiversidade do bioma também em países vizinhos.
“Estamos comprometidos com essa parceria, pois ela reflete integralmente a nossa missão como instituição comprometida com Agenda 2030. É fundamental que produtor consiga agregar valor mas sempre considerando a preservação no nosso bioma”, destacou o diretor de Planejamento e de Operações do BRDE, Otomar Vivian. Durante o encontro, o diretor sugeriu uma ação conjunta dos parceiros do projeto durante o Universo Pecuária, evento que terá sua primeira edição agira em novembro, em Lavras do Sul.
Preservação
O programa contempla atividades no campo, 25 horas de consultorias individuais e outras 10 horas de natureza gerencial, mapeamento das propriedades e orientações sobre os diferentes perfis dos ciclos de produção animal. Atuando como consultor do projeto, o zootecnista William Madeira apresentou um levantamento sobre 23 propriedades dos municípios de Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, e Lavras do Sul. Deste universo da amostra, que corresponde a 15,6 mil hectares, 80% (12,4 mil hectares) são de base forrageira de campo nativo.
A apresentação ocorreu na Casa do BRDE, no Parque de Exposições de Esteio, e também contou com as presenças do diretor-técnico e do gerente regional do Sebrae/RS, Airton Pinto Ramos; diretor-executivo da SAVE Brasil, Pedro Develey; do diretor da Alianza, Michael Carroll; do superintendente regional do BRDE no RS, Maurício Mocelin; do coordenador da Alianza no Brasil, Pedro Pascotini, e do gerente regional do Sebrae/RS, Angelo Aguinaga.
O Bioma Pampa
O Bioma Pampa corresponde a uma área de 176,5 mil km² (cerca de 2% do território nacional) e é constituído principalmente por vegetação campestre. É conhecido também como campos do Sul ou campos sulinos. No Brasil, o Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território gaúcho. Há também grandes extensões nos territórios da Argentina e do Uruguai.
Nos quatro países de atuação (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), a Alianza del Pastizal conta com mais de 40 organizações que compartilham sua visão, entre indústrias, sindicatos rurais, instituições de pesquisa e associações de produtores rurais. No Brasil, é mantida e coordenada pela SAVE, organização para a conservação das aves no território brasileiro.
Fotos: Carolina Greiwe – BRDE
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