Exposição sobre importância da erva-mate na história do Paraná segue em cartaz no Espaço Cultural BRDE

Exposição sobre importância da erva-mate na história do Paraná segue em cartaz no Espaço Cultural BRDE

A mostra Narrativas e Poéticas do Mate integra as ações do programa Circuito Ampliado – Acervos em Circulação, que tem como objetivo ampliar as percepções sobre o patrimônio ervateiro a partir da perspectiva histórica, antropológica, artística e cultural.

No Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões, em Curitiba, o público pode conhecer a importância da erva-mate na história do Paraná. A exposição Narrativas Poéticas do Mate integra as ações do programa Circuito Ampliado – Acervos em Circulação, uma cooperação institucional entre o espaço e o Museu Paranaense (Mupa) que tem como objetivo ampliar as percepções sobre o patrimônio ervateiro a partir da perspectiva histórica, antropológica, artística e cultural.

A mostra está inserida no contexto de representação simbólica e territorial do espaço cultural do banco, que é a antiga residência de Maria Clara Abreu de Leão e Agostinho Ermelino de Leão Jr., empresários da erva-mate e fundadores da icônica marca de chá Matte Leão. Lá é possível visitar um conjunto de objetos provenientes de acervos institucionais e coleções particulares, além de obras que potencializam a visualidade ervateira.

O diretor administrativo do BRDE, Luiz Carlos Borges da Silveira, representou o banco na cerimônia de abertura, ocasião em que enalteceu a importância do incentivo à cultura, a preservação do patrimônio cultural e o significado da erva-mate para o estado. “Na história do desenvolvimento do Paraná, a erva mate foi durante muito tempo a mais importante cultura agrícola. O Palacete dos Leões representa essa época. E hoje, sob os cuidados do BRDE, essa exposição que contribui para resgatar essas memórias e comunicar à sociedade os fatos e personagens cruciais para as conquistas do nosso estado”, declarou.

“A exposição integra um programa de circulação de acervos que estruturamos em conjunto com o Museu Paranaense, instituição que mantém um expressivo acervo ervateiro e articulou uma equipe interdisciplinar. O programa viabilizou uma pluralidade de ações, entre elas uma mostra de câmara que faz uma homenagem aos 160 anos do artista Alfredo Andersen, além de uma sala botânica, com exsicatas de erva-mate provenientes do acervo do Museu Botânico de Curitiba”, contextualiza Rafaela Tasca, coordenadora do Espaço Cultural BRDE- Palacete dos Leões.

De acordo com Gabriela Bettega, diretora do Museu Paranaense Mupa, o programa Circuito Ampliado: Acervos em Circulação tem por objetivo estimular a pesquisa em acervos e novos recortes curatoriais. “E mais importante, proporcionar a ampliação de públicos com a circulação de acervos de Curitiba e, assim, contribuir também para a democratização no acesso à cultura”, disse.

Ela afirma, ainda, que o primeiro objeto proposto pelo programa é o fomento a estudos e pesquisas sobre acervos relacionados à erva-mate por meio de duas exposições simultâneas – uma no Mupa e esta no Espaço Cultural BRDE-Palacete dos Leões, ambas colocando em discussão memória, representação, identidade e representatividade tanto da erva-mate em si quanto da sociedade paranaense em sua ampla formação.

PLURALIDADE E ANCESTRALIDADE

A mostra é dividida em eixos temáticos ambientados ao longo das salas do palacete. Um deles, intitulado “Trânsitos Culturais”, apresenta rótulos e medalhas concedidos às comissões paranaenses em feiras internacionais e industriais, entre elas, a Exposição Internacional da Filadélfia de 1876, que contou com a presença do imperador Dom Pedro II. Além da Filadélfia (Pensilvânia), Rio de Janeiro, Turim (Itália) e Bruxelas (Bélgica) foram alguns dos destinos da erva-mate paranaense.

Nessa sala também são apresentados rótulos ervateiros provenientes do acervo do Mupa. “Esses rótulos foram peças que, apesar de sua existência efêmera, foram fundamentais na construção de um imaginário ervateiro. O surgimento da indústria litográfica e a utilização dessa nova técnica, menos artesanal, garantia volume e novos recursos visuais, com formas e cores modernas”, explicou Cecília Bergamo, pesquisadora da equipe de curadoria da mostra.

A sala botânica apresenta duas exsicatas (exemplar vegetal dessecado prensado) de Ilex paraguariensis coletadas pelo professor Gerdt Hatschbach, provenientes do acervo do Museu Botânico de Curitiba, além de um exemplar do livro do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire traduzido por David Carneiro e uma obra sonora com memórias ervateiras.

“Essa sala faz uma ponte com a exposição Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta, em cartaz no Museu Paranaense, a qual reverbera a ancestralidade dessa planta nativa e coloca em perspectiva a ampliação da noção de patrimônio ervateiro”, complementou Rafaela.

ANDERSEN E A ERVA-MATE

Com texto do crítico de arte espanhol Adolfo Montejo Navas, a exposição apresenta uma mostra de câmara com paisagens e cenas do gênero realizadas pelo pintor Alfredo Andersen. “A coincidência dos tempos das coisas, 200 anos do conhecimento científico da erva-mate e 160 do nascimento do pintor, são duas efemérides convergentes em destaque recíproco”, escreveu Navas em seu texto “Alfredo Andersen e a erva-mate (convergência e vice-versa)”.

“Nós do complexo Alfredo Andersen estamos muito felizes e empolgados com a parceria com o BRDE, por meio da Sociedade Amigos de Alfredo Andersen, principalmente pelo fato de essa exposição resgatar a herança cultural do nosso Estado”, afirmou Luiz Gustavo Vidal, diretor do Museu Casa Alfredo Andersen.

ARTE CONTEMPORÂNEA

Para compor a programação, a sala da torre do Palacete recebe o site-specific “Verde é o Verde” da artista Eliane Prolik, “um verde que se cheira, que se materializa no ar”, como descreve o curador Adolfo Montejo Navas.

Também há uma sala dedicada à leitura contemporânea da obra de Andersen com um conjunto de trabalhos das artistas Eliane Prolik e Larissa Schip com releituras das obras de Andersen, entre elas “Vista Geral de Curitiba”, de 1904, e “Sapeco da erva-mate” de 1905. O ambiente será um dos palcos para as atividades da Semana Andersen de 2021.

Os trabalhos instalados das salas contemporâneas ficarão em cartaz até 26 de novembro de 2021 e podem ser visitados com agendamento no site www.brde.com.br/palacete.

PROTOCOLO

Em sua reabertura, o Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões adotou o agendamento das visitas e a certificação de boas práticas sanitárias pela Local Confiável. São obrigatórios o uso de máscara, a medição da temperatura corporal, seguir as regras de distanciamento, entre outras medidas. Mais informações podem ser encontradas no site www.brde.com.br/palacete e nas redes sociais @EspacoCulturalBrde.

Serviço

Programa Circuito Ampliado – Acervos em Circulação / Em parceria com o Museu Paranaense
Aberta em 27 de outubro de 2021

Andersen e a Erva-Mate
Em parceria com a Sociedade Amigos de Alfredo Andersen
Sala 2
Em cartaz até 26 de novembro de 2021

Verde é o Verde
Instalação da artista Eliane Prolik com curadoria de Adolfo Montejo Navas
Sala da Torre
Em cartaz até 26 de novembro de 2021

Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões
Horário de visitação: de terça a sexta (14h às 17h), somente mediante agendamento: www.brde.com.br/palacete
Av. João Gualberto, 570, Alto da Glória – Curitiba
Entrada gratuita

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