Oito soluções inovadoras voltadas à adaptação climática, ao turismo de natureza e ao fortalecimento de comunidades tradicionais receberão até R$ 2,9 milhões para serem executadas em ao menos um dos 18 municípios paranaenses da Grande Reserva Mata Atlântica, maior remanescente contínuo do bioma no país. As iniciativas foram selecionadas na última edição da Chamada da Teia de Soluções, iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Fundação Araucária (FA), com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
O processo buscou soluções práticas, inovadoras e com potencial de escala que atendam a pelo menos um dos três desafios propostos: promover a adaptação da sociedade às mudanças climáticas, especialmente em relação à segurança hídrica e resiliência costeiro-marinha; estimular o turismo de natureza para fortalecer a região como destino nacional e internacional; e garantir o protagonismo de comunidades locais por meio da formação, valorização e implementação de negócios ou projetos sustentáveis.
A iniciativa recebeu inscrições de 86 propostas, analisadas por especialistas e por um comitê formado por representantes indicados pelas instituições promotoras da chamada pública. As oito soluções indicadas para serem financiadas passam agora por uma etapa de análise documental. Até R$ 2,9 milhões serão destinados, sendo até R$ 1,2 milhão da Fundação Grupo Boticário, até R$ 1,2 milhão do BRDE e até R$ 500 mil da Fundação Araucária. Todos os projetos terão entre 12 e 24 meses para execução.
“Este é um projeto de relevância social e alinhado com as políticas públicas de sustentabilidade do Governo do Estado. Uma ação oportuna, quando o Paraná se destaca em ações relacionadas ao desenvolvimento territorial sustentável, fortalecendo a região da Mata Atlântica paranaense como destino nacional e internacional e dando protagonismo às comunidades locais”, ressalta o vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Rene Garcia.
“A Teia de Soluções traz propostas em um momento pontual, tendo em vista as queimadas que estão devastando nossos grandes biomas, ecossistemas importantes para a nossa qualidade de vida. É um instrumento importante para protegermos também a fauna e flora da Mata Atlântica”, destaca o diretor administrativo do BRDE, Heraldo Neves.
De acordo com o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, essa parceria trata de uma questão fundamental – a preservação das florestas e, ao mesmo, tempo promove o desenvolvimento socioeconômico.
“São jovens que poderão desenvolver trabalhos em 18 municípios desta grande reserva da Mata Atlântica e isso para nós é uma iniciativa de grande importância. Esperamos que contribua para o desenvolvimento sustentável e mais qualidade de vida para a população destes municípios e, ao mesmo tempo, gere mais receita e novos empregos”, disse ele.
Serra do Mar. Foto: José Fernando Ogura/ANPr
TEIA DE SOLUÇÕES – Com o objetivo de estimular a cocriação de soluções inovadoras, replicáveis e escalonáveis para desafios ambientais contemporâneos, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou, em 2020, a Teia de Soluções, uma iniciativa que reúne diferentes processos de trabalho em rede para o desenvolvimento, aprimoramento e apoio técnico e financeiro de soluções aliadas à conservação da natureza brasileira.
“Em nossas ações sempre buscamos propostas inovadoras que tragam impacto positivo à conservação da natureza e tenham potencial para serem escaladas e replicadas em outras regiões. Estarmos ao lado de instituições como o BRDE e a Fundação Araucária nos traz ainda mais entusiasmo, pois sabemos que o cuidado com o meio ambiente é uma ação coletiva e de múltiplos atores”, afirma a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Confira as propostas indicadas para apoio pela Teia de Soluções:
Revitalização do Córrego de Vila Nova (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – O projeto visa prover soluções para gerenciar o risco de inundação no entorno e melhorar a condição ambiental do córrego que permeia a comunidade de Vila Nova, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.
MarMaré Programa Permanente de Educação Ambiental (Associação MarBrasil) – O programa de sensibilização e conscientização ambiental de estudantes, professores e comunidade de Pontal do Paraná busca promover a cultura oceânica e a conscientização sobre a importância da segurança hídrica e o impacto das mudanças climáticas.
Rota Caiçara de Cicloturismo (Universidade Federal do Paraná) – A proposta tem por objetivo fortalecer o turismo sustentável no Litoral do Paraná por meio da sinalização da rota. Busca viabilizar o produto turístico proposto a partir da integração dos sete municípios da região, conectividade de Unidades de Conservação, fortalecimento do senso de pertencimento e avanço nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS – ONU) para alcançar referência nacional.
Hub de Sociobioeconomia do Litoral do Paraná (Associação Impact Hub Brasil) – O objetivo da iniciativa é conectar soluções para desenvolver e fortalecer negócios sustentáveis nas comunidades tradicionais do território, cuja cadeia produtiva e estratégia de impacto se baseiam na Mata Atlântica e sua bioeconomia.
Grande Reserva Mata Atlântica – Turismo Multinível (Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS) – A proposta visa promover o turismo de natureza responsável, tornando a região mais atrativa.
Jardim de Chuva Inteligente: Tecnologia e Educação (Associação MarBrasil) – O projeto desenvolverá um modelo inovador e replicável que integre Soluções Baseadas na Natureza (SBN) e tecnologia, capacitando uma nova geração de profissionais e engajando líderes locais como parte de uma estratégia de resiliência climática na Grande Reserva da Mata Atlântica.
Pesca Artesanal Lixo Zero (Olha o Peixe Ltda.) – O projeto pretende mostrar que a pesca artesanal pode ser mais sustentável e lixo-zero.
Rota Caminho dos Ambrósios (Apoio da Fundação Araucária) – O objetivo é elaborar uma rota turística em um trecho do antigo e histórico Caminho dos Ambrósios – primeira ligação entre o Litoral de Santa Catarina e Curitiba –, nos municípios de São José dos Pinhais e Tijucas do Sul.
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