Com apoio do BRDE, pesquisa avalia ações para retomada econômica do RS no pós-pandemia

Com apoio do BRDE, pesquisa avalia ações para retomada econômica do RS no pós-pandemia

A partir da percepção de importantes lideranças políticas, sindicais e de entidades empresariais, um estudo envolvendo diferentes setores produtivos do Rio Grande do Sul procurou identificar os impactos da pandemia de Covid-19, mas também indicar perspectivas para uma retomada da atividade econômica em 2021. O `Censo 2020-21 – O Rio Grande Após a Pandemia´ contou com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e seus resultados foram apresentados nesta quarta-feira (27/1), em evento realizado na Assembleia Legislativa. Para uma maioria de 53,1% dos segmentos consultados existe uma expectativa de crescimento neste ano por conta de uma retomada da economia, ampliação do consumo e condições climáticas mais favoráveis.

A divulgação do estudo contou com as presenças do presidente da Assembleia gaúcha, deputado Ernani Polo, da diretora-presidente do BRDE, Leany Lemos; do secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal; do desembargador Francisco José Moesch, representando o Poder Judiciário; do presidente da Famurs, Maneco Hassen, e do defensor público-geral, Antonio Flávio de Oliveira, além de representantes dos demais parceiros que apoiaram o projeto. O projeto foi desenvolvido pela Consultoria Confirma Brasil e as pesquisas realizadas pela equipe do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), entre os dias 3 de dezembro de 2020 e 7 de janeiro de 2021.

A pesquisa indicou que a pandemia trouxe perdas financeiras para 59,4% dos setores produtivos, com uma estimativa média de até dois anos para a recuperação desse impacto. Dos segmentos ouvidos no Censo 2020-21, 82,1% dizem que precisaram recorrer a capital de giro emergencial, majoritariamente (59,2%) utilizado para os compromissos com os salários.

“Foi diante deste contexto da pandemia no dia a dia das empresas que o BRDE agiu rápido ao lançar o programa Recupera Sul, com recursos para capital de giro e também microcrédito. Foram mais de R$ 445 milhões contratados em auxílio dos setores mais afetados pela pandemia, ajudando a preservar empregos”, destacou a presidente Leany Lemos. Para ela, os resultados da pesquisa ajudam a reforçar a política do banco para o desenvolvimento econômico e social dos três estados onde opera: além do RS, Santa Catarina e Paraná.

Retomada

Na comparação com os demais setores, o agronegócio teve percentual menor de perdas (28.7%) e associadas à estiagem que o RS sofreu no ano passado. Mas o setor, segundo o estudo, é apontado como principal âncora de recuperação da economia, incluindo boas perspectivas de crescimento por conta das exportações. “O agro, o que inclui o importante papel das cooperativas, tem no BRDE um grande parceiro, o que reforça mais ainda o nosso papel estratégico nesse momento”, acrescentou Leany Lemos

A pesquisa identificou que os impactos nos setores do comércio e da indústria resultaram da situação geral da economia (consumo reprimido). Porém as perdas foram maiores para o segmento industrial por conta da falta de matéria-prima e produtos.

As empresas ouvidas avaliam que a retomada da produtividade e do nível de competitividade dependerá de uma combinação de fatores, entre eles maior estímulo ao empreendedor e redução da carga tributária. As lideranças ouvidas consideram também importante que os bancos públicos mantenham linhas emergenciais, em especial para micro e pequenas empresas, assim como sugerem políticas públicas para combater o aumento da pobreza, através ações de renda mínima para os mais vulneráveis, programas de moradia e de geração de emprego.

Na avaliação do diretor de Planejamento do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, a Assembleia Legislativa e parceiros do Censo 2020-21 estão oferecendo uma importante contribuição para o mapeamento de soluções possíveis diante dos problemas que ainda impactam todos os setores. “A escuta de líderes setoriais e gestores públicos, realizada de forma profissional, é estratégica porque qualifica e joga luz sobre as discussões atuais”, considerou Noronha.

Além do BRDE, o Censo 2020-21 teve o apoio do Banrisul, Badesul – Agência de Fomento e da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs). Roram realizadas 429 entrevistas, com lideranças que têm representação em áreas como comércio, serviços, indústria, cooperativas e da gestão pública e integram entidades como Farsul, Federasul, Fecomercio, Fiergs, FecoAgro/RS, Fetag/RS e Sebrae/ RS, além de prefeituras.

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