BRDE debate crédito sustentável com FAEP e Banco Mundial no Fórum de Agricultura

BRDE debate crédito sustentável com FAEP e Banco Mundial no Fórum de Agricultura

A gerente adjunta de Operações da Agência Paraná Carmem Truite foi a mediadora do painel “Crédito Sustentável – Uma produção que cresce alavancada, como parte da programação do 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, que terminou no início desta sexta-feira (24), em Curitiba. Participaram do painel o diretor de Infraestrutura do Banco Mundial para o Brasil, Paul Procee, e o economista Pedro Loyola, da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP).
O Fórum de Agricultura da América do Sul é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo (AgroGP), plataforma de conteúdo do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM). Ao todo, foram 15 painéis com mais de 30 palestrantes, incluindo o ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi. Participaram mais de 400 pessoas, entre produtores rurais, empresários do campo, lideranças agropecuárias e jornalistas.O BRDE foi um dos patrocinadores do evento.
Carmem apresentou o BRDE e destacou a atuação forte do Banco no agronegócio. Pedro Loyola falou da importância cada vez maior da participação cada vez maior do setor privado mais na oferta de crédito para o agronegócio, seja por meio de bancos e cooperativas de crédito como Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e o crédito comercial oferecido por tradings e empresas privadas.
Loyola avaliou que o governo vem aos poucos abandonando o crédito rural. “O gasto será cada vez mais racional”. O subsídio estatal para safra deste ano é de 194,3 bilhões. Segundo Loyola, o teto de gastos públicos será um desafio para o setor, que vai investir cada vez menos. “O produtor precisa encontrar outras maneiras para subsidiar a produção”, afirmou.
No caso do seguro rural, a situação é ainda mais complicada, destacou Loyola. Atualmente, apenas 2% do subsídio (R$ 380 milhões) é destinado ao benefício. “Um estudo do Banco Mundial afirma que 1% do PIB agrícola é perdido para eventos climáticos. No Paraná, por exemplo, há problema com milho safrinha e com o trigo. Atualmente, apenas 15% das propriedades estão cobertas, número muito abaixo de outros países”.
“É preciso envolver mais os agentes privados”, acrescentou Loyola. “Garantir subsídios aos pequenos produtores, que muitas vezes não têm acesso ao benefício por falta de garantia e investimentos em tecnologia, indispensáveis para o crescimento do setor. O Estado precisa ter uma política agrícola que melhore a competitividade do agronegócio”.
Sustentabilidade – Paul Procee, do Banco Mundial, afirmou que os investimentos em projetos agrícolas serão cada vez mais criteriosos em relação à sustentabilidade. “Através do investimento em busca da produtividade e de novas tecnologias, você consegue criar um novo ecossistema de crescimento na produção”, disse.
Segundo Procee, o Brasil ainda está no berço do investimento tecnológico e precisa aumentar essa busca. “Temos que criar mecanismos para criar linhas de financiamento, alinhando as políticas dentro da União. Criar programas regionais com sistemas claros de monitoramento para pequenos produtores”, destacou.
Intercooperação – O segundo dia do fórum começou com um debate sobre intercooperação no sistema cooperativo, com a participação de representantes das cooperativas paranaenses Capal, Frísia e Castrolanda e da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).
Erik Bosch, diretor-presidente da Capal, afirmou que os produtores precisam se sentir pertencentes à cooperativa, pois a confiança é ponto principal para que o sistema cooperativista funcione de verdade. Renato Nobile, da OCB, elogiou as boas práticas do cooperativismo do Paraná e disse que a inovação é o caminho a seguir pelas cooperativas.
Para Frans Borg, presidente da Castrolanda, o modelo de inter cooperativismo adotado por eles, de investir em inovação e tecnologia, só funciona por que o investimento em fábricas e na cadeia produtiva é feito em conjunto pelos produtores cooperados. “Percebemos que a necessidade dos produtores, que são a base da cooperativa, é a mesma. Então porque não construir uma operação conjunta?”, questionou Borg.
Emerson Moura, superintendente da Frísia, destacou que as cooperativas precisam acabar com o “egosistema”, em que cada uma dá prioridade para suas necessidades individuais sem pensar no bem maior do conjunto. Sem isso, segundo ele, é impossível conseguir um bom intercooperativismo.

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