O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) avançou na captação de recursos internacionais ao ter aprovados sete projetos para receber recursos do quarto contrato com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que somam 12,85 milhões de euros, além de outros 1,5 milhão de euros liberados por meio de reembolsos. Ao todo, o banco alcançou 14,35 milhões de euros (cerca de R$ 93 milhões no câmbio atual) em recursos vinculados à AFD apenas nessa etapa, fortalecendo a capacidade de financiamento a projetos de desenvolvimento nos estados onde atua.
Os números fazem parte do Relatório de Gestão Financeira da Superintendência Financeira, com base em novembro de 2025, e refletem um período de consolidação da estratégia do banco para diversificar fontes de recursos e garantir maior previsibilidade financeira. Ainda no âmbito da AFD, o BRDE mantém 1,15 milhão de euros remanescente do contrato anterior (AFD3), já internalizado, aguardando novas liberações a clientes.
Para o diretor-presidente do BRDE, Renê Garcia Júnior, a ampliação das fontes de financiamento é importante para sustentar a atuação do banco no médio e longo prazo. “A diversificação de fundings é um pilar estratégico para o BRDE. Ela nos dá mais resiliência, reduz riscos e amplia a capacidade de apoiar projetos estruturantes, independentemente das oscilações de mercado ou de ciclos econômicos”, afirma.
Os recursos liberados pela AFD têm origem no contrato de 120 milhões de euros celebrado em junho deste ano, durante o Fórum Econômico Brasil-França, em Paris. Maior operação já realizada entre as duas instituições, o termo foi assinado pelo atual diretor de Operações do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, à época presidente do banco. “Os investimentos viabilizados pela parceria ampliam a atuação do BRDE em projetos de sustentabilidade em toda a região, contribuindo com a transição climática, como s geração de energia com fontes renováveis e o agro sustentável”, destacou Ranolfo.
No cenário internacional, além da AFD, o banco avançou em tratativas com outras instituições multilaterais. Estão em andamento negociações e agendas com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), ampliando o portfólio de fontes externas e preparando o BRDE para novas operações de financiamento nos próximos anos.
“A relação entre BRDE e AFD tem fomentado projetos que estão alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável no Sul do Brasil, como energias limpas e sustentáveis, uso eficiente da água, gestão de resíduos e resposta a desastres naturais, e isso para o banco representa todo um planejamento voltado para a qualidade de vida das pessoas”, explica o Firetor Financeiro do BRDE, João Paulo Kleinubing.
O Superintendente Financeiro, Gustavo Trombini Orsolin, destaca o aprimoramento das operações e controles: “A gestão cuidadosa da liquidez e a busca por fontes diversificadas de recursos permitem ao banco crescer de forma equilibrada, com segurança e responsabilidade, preservando a capacidade de financiamento no longo prazo”, diz.
Além da captação internacional, o BRDE também reforçou sua atuação no mercado doméstico. Em novembro, o banco realizou novas emissões de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) no valor de R$ 13,5 milhões, voltadas a empresas clientes. O direcionamento dos recursos para fundos rotativos estaduais permite aumentar a oferta de crédito sem comprometer a liquidez.
Outro avanço foi no controle das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). O banco desenvolveu um modelo mais preciso para acompanhar os créditos que servem de lastro às emissões. Ao ficar totalmente operacional neste fim de ano, ela aumenta a previsibilidade e a segurança das operações.
Na gestão financeira, o banco manteve uma estratégia preventiva de acompanhamento dos vencimentos dos títulos emitidos. Desde a estruturação das captações, o BRDE busca assegurar que haverá recursos disponíveis no momento do pagamento, evitando pressões sobre o caixa. Também foi realizada a atualização cadastral das corretoras parceiras, reforçando a conformidade com as melhores práticas do mercado financeiro.
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