O Diretor-Presidente do BRDE, João Paulo Kleinübing, foi o mediador do painel Resilient Cities – Financing and Innovation for Mitigating Extreme Weather Events durante o South Summit 2024. Última a ocorrer no palco Growth na edição de 2024, a conversa contou com a participação de Rafael Schadeck, consultor em Gestão de Riscos no Banco Mundial, com o Diretor de gestão do conhecimento da Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Cesar Nunes, e com Henrique Lucini, CEO da Fractal Engenharia e Sistemas, empresa especializada na gestão de recursos hídricos e prevenção de desastres naturais.
Kleinübing ressaltou a necessidade de parceria entre setor público e população na prevenção de desastres: “Essa cultura, essa noção de que conhecendo ele pode atuar na prevenção, é fundamental. A partir de dados coletados, você tem muito mais informação disponível, informação em tempo real, e você consegue passar essa informação para as pessoas.” Schadeck falou sobre a necessidade de ações de prevenção e mitigação não apenas dos desastres de grandes proporções, mas também daqueles menores e recorrentes, que trazem grandes prejuízos econômicos e à vida da população no somatório. “O Brasil perde, segundo dados registrados pelos municípios, no somatório, 1 billhão de reais por mês com desastres”, destacou o representante do Banco Mundial. Ele elogiou o auxílio prestado pelo BRDE às cidades atingidas nos estados do sul, especialmente por meio do Sul Resiliente, programa de incentivo que destina recursos aos municípios para a prevenção ou mitigação dos impactos causados por desastres naturais, abrangendo tanto obras e equipamentos quanto o financiamento de estudos e treinamentos.
Lucini, da Fractal, resumiu: “Quanto mais a gente investe em conhecimento, usa a tecnologia a nosso favor, e consegue ter informações para antecipar esse tipo de evento, mais a gente trabalha com a cultura da prevenção, usa recursos públicos e privados para a resposta, e permite que novos investimentos sejam feitos para adaptar cada vez mais as nossas cidades, para estarmos mais seguros.” Já Nunes falou sobre a necessidade de capilarização tanto de recursos financeiros quanto na administração de recursos materiais e pessoal preparado para lidar com esse tipo de situação, algo desenvolvido na Defesa Civil de Santa Catarina, uma vez que a esfera administrativa mais atingida é a dos municípios. Ele ainda ressaltou a importância do crédito do BRDE como um reforço aos recursos públicos alocados na prevenção de desastres.
Ao final do painel, o Diretor-Presidente do BRDE destacou também a questão social envolvida na prevenção de desastres: “Nós temos que nos adaptar à natureza da melhor maneira possível, e com isso construir cidades que sejam cada vez mais resilientes. As áreas suscetíveis são muitas vezes as áreas das periferias das nossas cidades, e isso precisa também ser olhado, e levar a resiliência, levar a infraestrutura. Olhar para esse público que está lá é também nosso papel.”
Diretor Financeiro media painel sobre Cidades Inteligentes
Pela manhã, o Diretor Financeiro do BRDE, Wilson Bley Lipski, mediou o painel Smart Cities as a Way to Propel People, no Demo Stage. Na conversa, ele ressaltou o alinhamento entre o uso da inteligência nas cidades e os objetivos do BRDE: “Querer fazer transformações, esse é o nosso propósito maior.”
Durante o painel, o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Morgan Doyle, falou sobre as mudanças nas relações entre governo e cidadãos que podem ser auxiliadas pelo uso estratégico da tecnologia, e o aumento na qualidade dos serviços públicos que pode ser conquistado com o uso de dados e estratégias de inovação: “O futuro é agora, mas não está uniformemente distribuído”. Doyle e Bley ressaltaram as possibilidades de aprofundamento na relação entre o BRDE e o BID, visando estruturar e alavancar cada vez mais ecossistemas de inovação.
Representando o Sebrae do Paraná, o Coordenador Estadual de Inovação Michael Douglas Camilo falou sobre a metodologia usada para compreender o potencial e a vocação de cada local e definir setores prioritários para o desenvolvimento, otimizando recursos e pensando também no bem-estar das pessoas envolvidas: “A inovação é feita por pessoas, para pessoas”. O Diretor do BRDE, Wilson Bley, também ressaltou a necessidade de crescimento com sustentabilidade e inclusão.
Lucas Arruda, CEO da DGT Tecnologia, empresa de segurança focada em produtos inteligentes, contribuiu frisando que o uso de dados e inteligência artificial pode auxiliar os gestores na definição de prioridades e gerar otimização dos serviços públicos, reduzindo o tempo de resposta ao cidadão. Em sua última fala no evento, Doyle, representando o BID, afirmou: “É um momento fantástico para inovar no Brasil.”
Fotos: Carolina Greiwe/BRDE
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