Um projeto para implantar infraestrutura agrícola ao armazenamento, limpeza, secagem e cancheamento (trituração) de erva-mate orgânica, no interior do Paraná, realizado em 2018, com financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), expandiu fronteiras e ganhou duas certificações internacionais. Trata-se da produção da Qualitá Brasil, Mate e Chá, localizado em Cruz Machado, que está no mercado internacional como Europa (Alemanha principalmente), Ásia, Estados Unidos e Uruguai, com a venda das folhas prontas para chás, chimarrão, refrigerantes, conservantes, corantes e cosméticos. Com o fortalecimento dos negócios, o administrador Tadeu Alexandre Mikolaiewski busca um novo financiamento no BRDE, desta vez para instalação de maquinários para a fábrica de extratos de erva-mate, guaraná e passiflora.
Com a implantação da unidade, as folhas verdes da erva-mate são comercializadas secas, limpas e trituradas, o que garante maior peso, e consequentemente, valor de mercado. Além disso, todo o processo é automatizado, seguindo as normas exigidas para produção de orgânicos com baixa emissão de carbono. Isso garantiu à Qualitá, as certificações de 100% orgânica, a Rainforest – Sustentabilidade, busca proteger as florestas, melhorar os meios de subsistência dos agricultores e das comunidades florestais, promover os seus direitos humanos e ajudá-los a mitigar e adaptar-se à crise climática. E a Fair for Life – certificação de comércio justo.
Para o diretor financeiro do BRDE, Wilson Bley Lipski, o case da Qualitá “ratifica o novo posicionamento do BRDE, como um banco da sustentabilidade, que concede crédito a ideias inovadoras, ao promover uma economia justa no mercado ervateiro, fomentar a produção local, expansão ao mercado internacional e preocupação com as questões ambientais e humanas”.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Com objetivo de expandir sua produção, desta vez com a passiflora e guaraná, Tadeu apresentou seu novo projeto ao BRDE, que está em fase de análise. Contudo, o administrador explica que sua relação com o banco há quase seis anos, foi baseada em credibilidade e orientação. “Entrei com meu pedido de financiamento como produtor rural e tive todo o apoio para transformar o projeto em realidade”, recordou.
O empreendimento no valor de R$ 2,9 milhões teve recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE), o que hoje estaria enquadrado no programa de Sustentabilidade Social do BRDE, que prevê crédito para projetos de equidade, público jovem, mulheres empreendedoras, maquinários para implantação de projetos. “A empresa utiliza sua própria produção e também de produtores rurais próximos, movimentando a economia da localidade e gerando empregos para a população. Além disso, com sua certificação de Comércio Justo, garante o pagamento de erva mate com um preço de compra justo superior ao valor praticado no mercado, valorizando os produtores”, completou Tadeu.
O coordenador-geral Luiz Paulo Mascarenhas, da Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Estadual, identificou nesse projeto, aderência ao menos a oito Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A ODS 1, que trata da erradicação da pobreza, com a melhora da economia circular; ODS 3 – saúde e bem-estar, ao promover melhores condições de convivência e estrutura aos funcionários; ODS 4 – educação, através das palestras e orientações para colaboradores e familiares; ODS 8, trabalho decente e crescimento econômico; ODS 9, indústria, inovação e infraestrutura; ODS 12, consumo e produção responsáveis e ODS 15, vida terrestre, que tem por meta a preservação do ecossistema e biodiversidade. “É uma diretriz do Governo do Paraná, acompanhar, orientar e dar escalabilidade a todo projeto ligado à sustentabilidade”, explicou Mascarenhas.
O BRDE tem cerca de 80% de suas operações com aderência ao menos a um ODS.
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