Com o propósito de debater os desafios e entraves nos financiamentos a projetos de transição climática nas cidades, a diretora de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Leany Lemos, participou de um evento paralelo da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26). O fórum aconteceu na manhã nesta quinta-feira (11/11) e abordou o papel dos bancos públicos comprometidos com a implementação do acordo climático de Paris, celebrado ainda ao final de 2015 com metas de redução do aquecimento global.
Organizado pelo Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e Banco Nacional de Desenvolvimento de Marrocos, o evento iniciou às 9h30min no horário de Glasgow, na Escócia, onde acontece a COP26 (6h30min horário no Brasil). Além da diretora de Operações do BRDE, o painel reuniu representantes de importantes instituições internacionais, como o Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e KfW (Banco Alemão), entre outras organizações com ampla atuação na agenda do clima mundial.
Na sua manifestação, a diretora do BRDE elencou, em especial, a parceria com o Banco Mundial na estruturação do programa Sul Resiliente. O programa prevê um fundo de € 89,6 milhões para investimentos em municípios da região Sul. O objetivo é apoiar projetos de resiliência urbana por meio da construção ou atualização da infraestrutura existente com o objetivo de mitigar os impactos de desastres naturais e riscos relacionados ao clima, como inundações, inundações repentinas, deslizamentos de terra e outros processos de erosão. O evento ocorreu no pavilhão do Clube Internacional de Financiamento para Desenvolvimento (IDFC) na COP26. e Leany Lemos participou de modo on line.
Ampliar a participação de instituições como o BRDE na estruturação de carteiras para projetos sustentáveis é considerado essencial para atingir as metas do Acordo de Paris. Estima-se que serão necessários US$ 90 bilhões até 2030 em investimento em infraestrutura urbana para mitigar o aquecimento global a 2°C. Porém segundo a organização do evento. menos de 10% do financiamento climático internacional é atualmente alocado para investimentos locais. “Aí reside a importância da parceria das instituições de fomento subnacionais em atuar em parceria com os bancos internacionais, algo que estamos trabalhando de maneira muito determinada aqui no BRDE”, destacou Leany Lemos.
Baixo Carbono
Ainda na última terça-feira (9/11), Leany Lemos participou de outro evento na COP26 sobre mudanças climáticas. O seminário promovido pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) tratou de investimentos em infraestrutura de baixo carbono, onde um dos destaques foi o projeto da prefeitura de Porto Alegre (RS) de instalação de placas fotovoltaicas em escolas da rede municipal. A iniciativa foi desenvolvida em parceria pelo BEI e com a BRDE e a CEEE.
Em recente levantamento, o BRDE registrou no primeiro semestre deste ano 84,2% de suas operações diretas contratadas tiveram vinculação com ao menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas estabelecidas pelas Nações Unidas a serem alcançadas até o final da década. Através de um projeto-piloto e pioneiro entre os bancos de fomento no Brasil, a análise envolveu um valor total de R$ 1,1 bilhão em financiamentos contratados nos três estados. Mais recentemente, o banco promoveu uma nova matriz de seus programas de desenvolvimento, criando linhas de financiamento direcionadas a projetos de energias renováveis e de sustentabilidade social e ambiental.
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