O Heitor era o único engenheiro em nossa equipe da GEARC* e, por conta disso, muito demandado por todos. Sempre quieto e reservado, causava agitação na equipe quando divulgava o ranking de solicitações, informando quem estava na frente, ou seja, quem tinha pedido mais avaliações no período, e todos queriam saber o resultado final, ano a ano.
Gremista “até debaixo d’agua”, morava em frente ao Olímpico, o que facilitou a frequência com que acompanhava o time do coração. Também fez questão de apresentar aos seus sobrinhos o clube, a fim de levá-los aos jogos e incentivar o mesmo amor esportivo. Sofreu com a mudança do time para a Arena, em função da distância, mas nem isso esfriou a sua torcida ou a sua presença.
Mestre cervejeiro, algumas vezes chegou a testar receitas pedidas pelos colegas, como uma vez que uma colega solicitou uma cerveja com frutas vermelhas…nem sempre deu certo. Mas a cerveja era mais uma de suas paixões, como o Grêmio, a corrida e a família.
Não tinha filhos, mas assumiu junto aos seus sobrinhos uma presença constante, e falava de cada um com a preocupação e o orgulho semelhantes aos dos colegas que falavam dos filhos.
Natural de Porto Alegre, deixou-nos aos 49 anos, faria 50 no próximo 31 de outubro. Como destacou o primo Mauricio Grassi: “Heitor era mais preocupado com os outros do que consigo mesmo. Estava sempre disposto a ajudar a todos na família. Como não teve filhos, cuidar dos sobrinhos era tudo para ele.” Neste espírito, cuidou dos pais durante períodos de doença até o final da vida de cada um. Caseiro, gostava de estar na companhia da família, dos irmãos, tias, primos e sobrinhos, com quem gostava de saborear as cervejas de produção própria e os churrascos do final de semana. Melhor ainda se fosse em Atlântida Sul, onde tinha casa e desfrutava do convívio da família, depois de supervisionar pessoalmente a reforma.
A disposição para ajudar quem estivesse por perto também alcançou os colegas da GEARC, Luciana Piatnicki lembra: “Era um colega que, além de prestativo nos assuntos profissionais, também me auxiliou muito com questões referentes a imóveis. Tinha um vasto conhecimento de tudo que envolve este universo, e não poucas vezes eu solicitei sua ajuda em questões pessoais minhas, como por exemplo na compra e reforma da casa onde moro hoje”.
Funcionário do BRDE desde 2006, Heitor era para todos o sinônimo de um grande colega e profissional, como ressaltou Cristine Rödel: “Competência e confiança eram as palavras para classificar as informações que vinham dele”. De fato, quando algo que o Heitor entregava não batia com o restante das informações, podíamos ter certeza: era erro de sistema, contrato, cadastro, matrícula, mas nunca das planilhas ou laudos do Heitor, pois esses sempre estavam corretos.
Também era rigoroso em seus planejamentos de viagem: distâncias, horários, restaurantes, hotéis, tudo programado com precisão para ele e os colegas que o acompanhavam. “Um relógio dirigindo”, definiu André Falcão, gerente da Área e colega em muitas viagens, inclusive algumas delas em o próprio o Heitor preferia dirigir.
Celia, prima de Heitor, compartilhou a mensagem da filha Luana, que mostra bem a forma de ser e de agir do tio querido: “Sempre muito preocupado com o crescimento profissional dos sobrinhos. Quis me dar todos os livros quando entrei na faculdade, ofereceu locação de sala para os meus atendimentos e mesmo internado perguntou como estavam as vendas do meu e-book… E o mais incrível: fazia de coração…”
19/08/2021
* Por Simone Thomazi, funcionária da Gerência de Acompanhamento e Recuperação de Crédito – GEARC do BRDE, com a colaboração de colegas e familiares de Heitor Velloso Grassi.
Heitor faleceu no último domingo, 15 de agosto de 2021, vítima de Covid-19. Deixou saudade entre nós. #RIP
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